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Fenetilina, a droga dos Jihadistas

A fenetilina foi sintetizada pela primeira vez em 1961 pela Chemiewerk Homburg, uma filial de uma empresa especializada em química chamada German Degussa AG, no decorrer de uma investigação sobre os efeitos secundários dos derivados da teofilina, principalmente nos aparelhos cardiovascular, respiratório e sistema nervoso central.

 

Foi utilizada na Europa durante mais de duas décadas como uma alternativa menos potente das anfetaminas e compostos relacionados e como um medicamento psicoestimulante e agente analético não sujeito a receita médica, sob os nomes comerciais de CaptagonFitton e Biocapton.

 

Foi introduzido na República Federal da Alemanha pela empresa Degussa como um comprimido de 50 mg em 1961 e, três anos mais tarde, passou a ser sujeito a receita médica em casos estritos, sendo a sua dispensa controlada e o seu uso apenas sob supervisão médica.


A sua patente foi registada em 1962. Assim, foi utilizada durante muitos anos no tratamento de hiperatividade e défice de atenção e, numa menor escala, em narcolepsia, ausências epiléticas e depressão. Foi ainda utilizada na limitação de movimentos, principalmente em idosos, causada por doenças como o Parkinson ou após traumatismos. As indicações terapêuticas citadas acima nunca foram aprovadas nos Estados Unidos da América e, como tal, não foram submetidos estudos para a candidatura a um novo medicamento na Food and Drug Administration.


A fenetilina, apesar de já existir há muito tempo, foi recentemente introduzida no mercado das drogas, especialmente nos países Árabes. A sua produção costumava ter lugar em países do Sul da Europa como a Bulgária, Eslovénia e Sérvia-Montenegro e daí era traficada pela Turquia para o mercado da Península Arábica. Neste momento, é também clandestinamente produzido nos países Árabes e vendido entre 3 e 20$ ou exportado em troca de armas e dinheiro. De acordo com a United Nations Office on Drugs and Crime (UNODC), o Estado Islâmico e a Frente al-Nusra podem estar a facilitar o tráfico dos percursores químicos para a produção de captagon. 

Esta droga é alegadamente utilizada por grupos militantes para suportar as batalhas e tem tido um papel fulcral na guerra civil da Síria. De acordo com os experts em drogas, comerciantes e ativistas locais, a produção síria de captagon acelerou em 2013, o que sugere que o dinheiro obtido da sua produção e tráfico na Síria foi utilizado como fundo para armas.

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Comunicação de risco

Referências:

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